Greve na Justiça Eleitoral atinge 14 estados e o DF.

JAIR ANDRADE
PRESIDENTE DO DIRETÓRIO REGIONAL DO PSPB/PE.

SÃO PAULO - Servidores da Justiça Eleitoral de 14 estados e do
Distrito Federal estão em greve, o que pode atrapalhar o registro de
candidaturas em diversas cidades do país. Partidos e coligações têm
até às 19h desta quinta-feira para registrarem nos Tribunais Regionais
Eleitores os dados de políticos que vão disputar os cargos de
prefeito, vice-prefeito e vereador.
 
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal
(Fenajufe), o registro das candidaturas está sendo afetado em alguns
municípios. Servidores dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul, Bahia, Alagoas, Piauí, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul,
Acre, Tocantins, Maranhão e do Distrito Federal cruzaram os braços na
quarta-feira. Em São Paulo, a paralisação começou no dia 28 de junho,
e na Paraíba e em Mato Grosso, no início desta semana.
 
A Fenajufe não sabe estimar o percentual de adesão dos funcionários à
greve, mas afirma que ela está "forte".
 
O Sintrajud, sindicato que representa os funcionários da Justiça
Federal em São Paulo, estima que cerca de 90% aderiram à greve na
capital nesta quarta-feira. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) não
confirmou o percentual, mas disse que na terça-feira a adesão era de
cerca de 25%. Segundo o TRE-SP, dos 25 funcionários da 1ª Zona
Eleitoral, onde são feitos os registros dos candidatos na capital,
apenas um servidor aderiu.
 
De acordo com o Sintrajud, o TRE-SP chegou a colocar os funcionários
da 1ª Zona Eleitoral para trabalhar em outro prédio, mas depois voltou
atrás. Os grevistas fizeram manifestações nas portas dos prédios da
Justiça Eleitoral da capital paulista nos últimos dias, e foram
colocados gradis para garantir que advogados e cidadãos em geral
pudessem entrar nos edifícios.
 
Os servidores cobram a aprovação de um projeto de lei no Congresso que
prevê o aumento de 30% nos salários, que, segundo eles, não são
reajustados há seis anos.
 
— Temos o dever de garantir a cidadania e a eleição, mas queremos um
gesto de boa vontade dos partidos, queremos que eles liguem para suas
bancadas em Brasília e cobrem um acordo sobre o projeto e a aprovação
dele — afirmou um dos diretores do Sintrajud, Adilson Rodrigues
Santos.
 
Paralisação no Rio
 
A paralisação nacional dos servidores da Justiça Eleitoral, que
registrou tumultos em vários estados durante toda quarta-feira, não
teve o mesmo peso no Rio de Janeiro. Em frente à sede do Tribunal
Regional Eleitoral (TRE-RJ), no Centro, poucos servidores saíram do
prédio durante o ato realizado pelo Sindicato dos Servidores da
Justiça do Rio (SISEJUFE).
 
De acordo com a assessoria do Tribunal, os servidores não aderiram à
paralização, e, por isos, o expediente foi normal. No entanto, o
diretor do SISEJUFE, Moisés Leite, informou que pelo menos 50
funcionários estiveram presentes no ato realizado nesta manhã.
 
- Muitos servidores estão receosos em participar da paralisação porque
o Tribunal ameaçou cortar o ponto de quem participasse - disse.
 
Nesta quinta-feira, o sindicato pretende realizar outro ato em frente
à sede do TRE. Hoje, alguns integrantes do movimento entraram no
prédio para convidar os funcionários o evento.
 
_ Hoje foi apenas uma prévia do que pretendemos fazer nesta
quinta-feira. Queremos reunir o maior número possível de funcionários
para mostrar a nossa indignação. São seis anos sem aumento salarial,
isso é uma vergonha. - disse Moisés, ressaltando que o evento desta
quinta contará com funcionários de outras esferas da Justiça
Eleitoral.
 
 
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